Menina Marina

' Senhor eu nunca mais serei a mesma , pois o teu amor me libertou . ande comigo Deus até mesmo em palavras . '

terça-feira, 13 de setembro de 2011



Preciso suplantar essa idéia de que tu és apenas uma pessoa distante a mim. Uma outra pessoa, a qual eu me prendi sem ao menos saber se vale a pena depositar meus sentimentos mais nobres, e que nunca vais saber que eu fiz isso. É como desperdiçar vida, mas ao mesmo tempo não. É um assunto delicado, complicado e muitas vezes triste. Por enquanto ainda és meu vício, um vício o qual eu luto para perder, ou apenas para continuar mantendo ele saudável . Tenho medo de não conseguir, muito mas muito medo. Quero fugir do mundo para não ter que ver as coisas sobre ti, para parar com essa armazenagem de endorfina, que meu organismo retém para quando te encontrar, mas precisa ser logo, senão ele irá entrar super dosagem. E eu morrerei por dentro com overdose de dor e sentimentos escondidos, e você nem saberá.
E serei uma vitima eterna do seu platonismo.
Sou humana, tenho fraquezas, e tu acertou em cheio nelas. Querendo ou não, tu levou um pedaço de mim. O pedaço bom.
O resto? É resto. Não sou uma fênix que renasce das cinzas, já disse, sou humana. Sou como uma estrela do mar, preciso de no mínimo metade de mim, pra me regenar. E tu levou mais do que a minha metade, tu me levou de espírito.
Eu me achava decente sozinha e achava que não podia ser melhor, mas contigo, eu me provei o contrário, contigo eu melhorei muito, virei uma pessoa extremamente feliz e tudo mais. Era como se tu me completasse.
Mas agora tu foi embora e me deixou normal, vazia.
Uma vez que tu atinge o ápice, é traumático voltar a medíocridade, entende?
Eu preciso de ti pra ser eu mesma, mesmo tu me causando certas inquietações.
Quero tua caveira, admito. Mas antes de tudo, te quero aqui comigo de novo.

Na Terra do Coração;


Nave, ninho, poço, mata, luz, abismo, plástico, metal, espinho, gota, pedra, lata.

Passei o dia pensando – coração meu, meu coração. Pensei e pensei tanto que deixou de significar uma forma, um órgão, uma coisa. Ficou só som-cor, ação – repetido, invertido – ação, cor – sem sentido – couro, ação e não. Quis vê-lo, escapava. Batia e rebatia, escondido no peito. Então fechei os olhos, viajei. E, como quem gira um caleidoscópio, vi:
Meu coração é um sapa rajado, viscoso e cansado, à espera do beijo prometido capaz de transformá-lo em príncipe.
Meu coração é um álbum de retratos tão antigos que suas faces mal se adivinham. Roídas de traças, amareladas de tempo, faces desfeitas, imóveis, cristalizadas em poses rígidas para o fotógrafo invisível. Este apertava os olhos quando sorria. Aquela tinha um jeito peculiar de inclinar a cabeça. Eu viro as folhas, o pó resta nos dedos, o vento sopra.
Meu coração é o mendigo mais faminto da rua mais miserável.
Meu coração é um ideograma desenhado a tinta lavável em papel de seda onde caiu uma gota d’água. Olhado assim, de cima, pode ser Wu Wang, a Inocência. Mas tão manchado que talvez seja Ming I, o Obscurecimento da Luz. Ou qualquer um, ou qualquer outro: indecifrável.
Meu coração não tem forma, apenas som. Um noturno de Chopin (será o número 5?) em que Jim Morrison colocou uma letra falando em morte, desejo e desamparo, gravado por uma banda punk. Couro negro, prego e piano.
Meu coração é um bordel gótico em cujos quartos prostituem-se ninfetas decaídas, cafetões sensuais, deusas lésbicas, anões tarados, michês baratos, centauros gays e virgens loucas de todos os sexos.
Meu coração é um traço seco. Vertical, pós-moderno, coloridíssimo de neon, gravado em fundo preto. Puro artifício, definitivo.
Meu coração é um entardecer de verão, numa cidadezinha à beira-mar. A brisa sopra, saiu a primeira estrela. Há moças nas janelas, rapazes pela praça, tules violetas sobre os montes onde o sol se pôs. A lua cheia brotou do mar. Os apaixonados suspiram. E se apaixonam ainda mais.
Meu coração é um anjo de pedra com a asa quebrada.
Meu coração é um bar de uma única mesa, debruçado sobre a qual um único bêbado bebe um único copo de bourbon, contemplado por um único garçom. Ao fundo, Tom Waits geme um único verso arranhado. Rouco, louco.
Meu coração é um sorvete colorido de todas as cores e saboroso de todos os sabores. Quem dele provar, será feliz para sempre.
Meu coração é uma sala inglesa com paredes cobertas por papel de florzinhas miúdas. Lareira acesa, poltronas fundas e macias, quadros com gramados verdes e casas pacíficas cobertas de hera. Sobre a renda branca da toalha de mesa, o chá repousa em porcelana da China. No livro aberto ao lado, alguém sublimou um verso de Sylvia Plath: “I’m too pure for you or anyone”. Não há ninguém nessa sala de janelas fechadas.
Meu coração é um filme noir, projetado num cinema de quinta categoria. A platéia joga pipoca na tela e vaia a história cheia de clichês.
Meu coração é um deserto nuclear, varrido por ventos radioativos.
Meu coração é um cálice de cristal puríssimo, transbordante de licor de strega. Flambado, dourado. Pode-se ter visões, anunciações, pressentimentos; ver rostos e paisagens dançando nessa chama azul de ouro.
Meu coração é o laboratório de um cientista louco varrido, criando sem parar Frankensteins monstruosos que sempre acabam por destruir tudo.
Meu coração é uma planta carnívora morta de fome.
Meu coração é uma velha carpideira portuguesa, coberta de preto, cantando um fado lento e cheio de gemidos – Ai de mim! Ai, ai de mim!
Meu coração é um poço de mel, no centro de um jardim encantado, alimentando beija-flores que, depois de prová-lo, transformam-se magicamente em cavalos brancos alados que voam para longe, em direção à estrela Vega. Levam junto quem me ama, me levam junto também.
Faquir involuntário, cascata de champanha, púrpura rosa de Cairo, sapato de sola furada, verso de Mário Quintana, vitrina vazia, navalha afiada, figo maduro, papel crepom, cão uivando para a lua, ruína, simulacro, varinha de incenso. Acesa, aceso – vasto, vivo: meu coração teu.

Caio Fernando de Abreu.

domingo, 11 de setembro de 2011

Pessoas q escutam mts elogios ao longo da vida se tornam vaidosas em excesso... Acho insuportável como tudo vira tão mecânico, até a beleza.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Constantemente Inconstante

Afirmando sempre que – vontade, dá e passa - Por toda a vida, este pouco tempo de vida, porém afirmando sempre. Ficava horas a pensar em como não pensar, em como não sentir, em como desligar, desativar, descarregar. Vontade eu tinha, mas não podia, então vinha a frase, pensamento de apoio. “dá e passa.” Não podia fazer todas as minhas vontades, não podia dar aquele passo tão perigoso e de risco. Primeiro por não depender só de mim, e segundo que passa. Ficava horas pensando que uma hora iria passar. Horas esperando a tal hora da passagem, do passa, e nada, sempre á esperar. Passa,e em algumas situações passa realmente, mas em outras, a tortura é diária. Todos os dias as mesmas coisas, os mesmos pensamentos, e a mesma vontade. Sozinha em um navio a beira do naufrágio , eu e a minha vontade, vontade essa que deveria passar e até hoje não passou. Vontade de ter, sentir, amar, e tudo mais. Vontade, apenas isso, vontade, acho também que não só vontade, mas falta de coragem também. Medo, medo de me arriscar e cair, medo de errar, á algum tempo atrás era errado, mas hoje não mais. Esperei tanto tempo ela passar, mas ela continua parada na minha frente, tentadora. Me fazendo pensar em fazer o que o meu coração quer, e o que a minha cabeça, o meu racional não. Tento manter um equilíbrio, quase impossível, me sinto em uma corda á trezentos metros de altura, com um milímetro de largura, e é quase impossível manter o equilíbrio. Em meio a pensamentos, quando me deparo com ela na minha frente, sempre tentadora, me seduz, mas não me cega e acaba sempre fazendo pensar e repensar.
Uma coisa que parece tão simples, mas que no fundo é tão complicado. Acabo por me acostumar com tal situação, com a presença dela em quase todos os meus dias, mas até hoje, até então tenho conseguido me equilibrar nessa corda bamba. Mas tá tão difícil, parece que a qualquer momento meu coração vai bater mais forte, minha perna vai ficar bamba e eu vou cair, despencar desta corda de um milímetro de largura, e fazer tudo que há anos eu tenho vontade. Vontade de me entregar, de sentir, de me atirar de cabeça sem saber o que tem embaixo, vontade de arriscar. Vontade essa que foi a unica que não passou, “ainda”. Uma hora, um dia, uma noite, uma tarde, com chuva, com sol, um dia essa vontade passa, ou não.

"This, you and me, I can’t. It’s not enough. I wish it was because I love you and don’t want to hurt you. But it’s just not enough, it isn’t. Sorry."

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Desaprendi. Perdi o costume de interpretar pequenas atitudes e grandes esquivas. Eu sempre tive talento pra desvendar más intenções e essa habilidade tem me feito falta. Agora, quem se aproxima leva um pedaço do que eu tenho de melhor e em troca… Um pouco mais amargo, um pouco mais cinza, um bocado mais triste.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011


"Costumo ficar excessivamente impactada com decepções, mais do que eu mesma deveria me deixar afetar. Estamos sempre susceptíveis ao erro, eu sei. Tento dar a segunda chance, tento faze-lo de coração. Mas algo dentro de mim me impede de me doar outra vez, algo se enclausura, se fecha, se esconde. Morre. Ao menos pra você."

Origem.


Minha cama pareçe estar sem lençol , aquele com cheirinho de amaciante que deixa  a noite suave .. mas , me lembro de que o lençol literalmente não é o real problema , mas sim você . Percebi que em tudo procuro você até na ausencia dos detalhes, aquilo que somente sua presença ‘ilustre’ poderá preencher e cá estou eu ..procurando o maior detalhe ao meu lado aqui .. Não , você não poderia estar aqui ,não fez esta escolha! O que eu poderia fazer diante dessa escolha não feita? nada . você quis assim, Ah meu amor se você soubesse o quanto sinto falta da sua presença , minha mente chega se esvaziar pra pensar unicamente em nós .. Esperando aquela presença que você marcava em todos os lugares com aquele seu jeito jogado em termos até meio que consertado,  como aquele relógio velho  que sempre há o relojoalheiro que conserte . é ,se quer saber.. os dias não tem sido fáceis , a ausência as vezes e são várias ,chega .. caladinha de tudo mas chega . Pior que eu a percebo e sem querer ela me invade e me faz ver aquele velho roteiro de um filme que seriamos protagonistas , aquele filme que talvez você nem saiba , mas até meu inconciente filmou cenas e trancafiou em memórias pequenos detalhes, principalmente aqueles  em que você demonstrava uma sensação  que me parecia sentir o mesmo que eu ,e cá entre nós .. não confessar  tamanha intensidade seria muito egoísmo da nossa parte . É ..nada anda nos conformes depois de você passar por essa minha vida que eu julgava tão monótona e passageira , aliás só quero te dizer que nada seu passou , nem de mim nem do tempo que demora pra passar com essa sua ausência .. Me lembro então aquela sua respiração.. até seu cheiro que as vezes vem me encontrar em companhia do vento que bate , suas expressões ... Aquele maldito jeito de falar com gestos que me deixava estagnada só de ver .. e como fala. É pensando bem , talvez você esteja muito presente mesmo que ausente no físico mas em pensamentos está aqui , você mora aqui! essa casa tem sido sua você nem sequer paga o aluguel! a luz e a água então nem se fala .. e enquanto la fora não há um piu sequer até o galo prefere não cantar. Aqui neste quarto ouço meu subconciente a conversar com minhas lembranças e tentando encarar que presença as vezes também se faz ausência , mas essa minha espera também senta e acaba ficando paciente senão ela se perde de si e faz-me perder me do futuro que mesmo incerto todos os dias insiste em tentar me dizer que você mesmo.. nunca existiu! Sou eu que tenho o poder de deixar coisas como você dominar a arte que eu tenho em mim de transformar o mal em bem . E isso me prova que eu na verdade preciso é me encontrar todos os dias e me amar e só começa por ai ..

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Então minha mente começa a ser desvendada e eu me sinto insegura.

Vulnerável a quem descobre minha armadura aparentemente impecável.

Odeio me sentir assim. Como matar o meu eu?

Porque você suga minha alma e usa minhas veias como corda. Aprisiona-me.

É uma força involuntária, sem descrição, como palavras inacabadas.

Dúvidas incertas daquelas que se prendem a razão.

É medo de ser descrita, receio de ter manual. Não quero ser descoberta.

Deixe-me em paz, fragmentada!

No canto da sala, jogada no sofá. Com as luzes apagadas.

Poupe-me de suas conclusões, afinal.

Aos poucos eu me junto, logo eu sigo teus passos.

Como o vidro colado, depois de partido em pedaços

Por fim, estamos nos encontrando em todos os meios.


Carol Prestes