Menina Marina

' Senhor eu nunca mais serei a mesma , pois o teu amor me libertou . ande comigo Deus até mesmo em palavras . '

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cabeça e Não Cauda

Eu acreditei. Subverti certezas. Engoli cacos de silêncios que há muito feriam minha garganta e entre as imensuráveis batidas do coração, um meio segundo e um clique falei. Falei porque me era urgente arrancar as mordaças do tempo. Dos medos. Das escolhas.
Falar nunca é fácil. Nunca. Derramei tantos não-ditos coração a dentro. Derramei verdades, palavreados em escarcéu. Desabafo egoísta, talvez. Qual é o seu direito de, sem pedir licença, despir a alma diante de outra? Não me esforcei para responder minhas próprias perguntas. Preferi não me negar o direito da busca pela liberdade que as palavras  ditas  me trariam.//Já se sentiu traído por você mesmo ? concerteza acho que sim.
Mas hoje, estranhamente, eu desejei ouvir. Talvez também eu tenha em mim a necessidade de ouvir não-sei-o-quê. Pois se falar liberta, imagina o quão libertador deve ser escutar. Escutar a mudez pulsante que se descobre lá, viva. Talvez eu deseje, hoje, ouvir as palavras que eu mesma falei a alguém um dia. Ou as respostas das quais nunca esperei. Falar é prata mas, ouvir é ouro.
Hoje desejei que a nitidez de um timbre se aninhasse aos meus ouvidos. eu, que tenho tanto fascínio por silêncios, desejei sons. Desejei a disciplina de uma letra após a outra, sem necessariamente fazer sentido. Desejei respostas às orações que sussurro entre o adormecer e o despertar. Ouvir e só.
Eu hoje não falo nada. Aliás, falo. Me falo para ouvir a minha voz, ainda que trêmula. Alias não falo,escrevo. Para escutar minhas perguntas, a ele "somente", a Deus. E escrevo. Porque ninguém me ensinou, mas eu aprendi com a vida tal exercício de liberdade. Talvez esses rabiscos que falaram mas não me traduziram, estejam nesse momento dando asas ao desejo de ouvir, fazendo-o livre. E assim, as palavras voltam a caber em mim, mesmo com esse coração que nunca coube nada que fizesse ouvir o meu próprio eu , ou a minha alma que as vezes chora e muitas vezes por sí só clama ao espiríto santo (CONSOLADOR), para que enxugue as lágrimas que ela derrama sobre meu coração que me engana e nesse ato de escrever para simplesmente me ouvir , descubro , posso até me ouvir mas em meio a crise só Deus pode me sustentar.






                                                                                                                                          Marina R. Paiva

Nenhum comentário:

Postar um comentário