Menina Marina

' Senhor eu nunca mais serei a mesma , pois o teu amor me libertou . ande comigo Deus até mesmo em palavras . '

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Tão somente, escritos como pensados

E que agora as palavras já não dizem tudo que eu intensionava dizer. Ou eu não as encontro. Já não as utilizo tão bem. Embora aquelas folhas em branco, acompanhadas de uma caneta, gritem por mim incansavelmente, ao me deparar com elas, sinto um certo alívio, um certo aconchego, porém, as palavras me faltam. É quando mais quero dizer, que menos digo. É quando mais quero esquecer, que menos esqueço. É quando menos quero sentir, que mais sinto.
Escrevendo e me descrevendo. Escrevendo relatos imaginários, me descrevendo nas entrelinhas. Preenchendo buracos vazios com imaginações cheias. Cheias daquilo que talvez eu não saiba dizer. Cheias daquilo que talvez eu não possa descrever. Talvez simplesmente cheias daquilo que faltava para preencher. Sim, porque se por opção e consciência, optei respeitar os limites que a sensatez me impõe, desculpe, mas a imaginação voa longe e por vezes prefere a falta de limites da insensatez. É, a imaginação não paga por isso.
Hoje não estou nas entrelinhas daquelas histórias e reflexões sem fim. Não. Hoje não estou nos espaços daqueles 'talvez', daqueles pontos e vírgulas, daquelas palavras sutis. Não. Hoje estou exposta nas linhas. Nos rabiscos. Nos rascunhos. Nos sentidos. Exposta naquilo que quase não digo, por conta das expressões e palavras, hoje tão ausentes, que ontem foram tão presentes. Justamente para mostrar a falta que me fazem e a indagação que me provocam, por tentar saber por onde estão... Por onde se vão as minhas palavras? As minhas descrições? Tão somente minhas, embora por vezes familiares, mas tão somente minhas que talvez só eu lesse o que realmente estava escrito. Tão somente minhas, que hoje só eu as necessito tanto.
Não encontro os fins. Quem sabe nem os procure. Mas um dia disseram que os fins justificam os meios. Aqueles meios tão imperfeitos... agora imperfeitos e inesplicados, injustificados. Mas pra que? Afinal, escrevendo me encontro. E tenho me deparado perdida. Frente a um espelho que não reconheço. Frente a um reflexo que não pertenço. Frente a uma branda ausência que não esqueço. E assim, não escritos, logo não justificados, os meios voltam a ser uma parte só minha, como aquelas palavras tão somente minhas, que não se fizeram presentes para dizer aquilo que poderia não ser unicamente meu, muito embora, só eu conhecesse tão bem.
Então me deixe sentar naquela varanda com cores amanhecendo, do outro lado entardecendo, e recordar daquelas palavras que amanheceram comigo, e entardeceram naqueles papéis que não serão amassados. Me deixe recordar daquelas palavras... Minhas, tão somente minhas, que me fizeram companhia até nas ausências de minhas inspirações, e no silêncio de minhas inquietações. {quanta saudade}.

... E se hoje se calam, é porque ontem disseram, e amanhã contemplarão...

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